quinta-feira, 12 de junho de 2008

O presidente Lula e o exame de próstata

Excelente a postagem do Aydano André Motta, ontem às 20h51min, no seu blog n'O GLOBO Online (o grifo é nosso):


Libera aí, excelência (a informação)!

O blog se diverte com os discursos do presidente. Entende a estratégia de Lula, da mensagem direta, na linguagem do povo. As metáforas futebolísticas, as piadas machistas, os chistes familiares, vale tudo, num rosário que enfurece os brasileiros desejosos por um líder com modos europeus, pouco importando a prática política - até porque, em muitos pontos, o atual é gêmeo dos antecessores. Mas isso é outra história. A questão aqui restringe-se ao falatório presidencial.

E o penúltimo... Lá foi Lula, teorizar sobre prevenção ao câncer da próstata, constrangimento por vezes fatal para os homens mais retrógados. Em Campinas, para a inauguração de um centro hospitalar, ele assumiu o papel de protagonista de talk-show e mandou bala:

- O homem tem a maldita mania de achar que ninguém pode botar a mão nele. Ele é todo machão, mas quando ele tem 50 anos e pega um câncer de próstata, esse mesmo homem que tinha medo do toque, é virado do avesso. Aí fica que nem farrapo em cima da cama à mercê de todo o mundo.

Tudo muito bom, tudo muito bem - mas num país tremendamente atrasado no tema, onde a maioria dos marmanjos se recusa a encarar o toque retal (como até Lula reconhece), o presidente tinha obrigação de dizer que passou pelo exame. Porque, aos 62 anos, político importante há três décadas, é claro que ele já fez. Seria, aí sim, um discurso de antologia admitir em público. Serviria de incentivo justamente para os que mais se sensibilizam com as falações presidenciais - também os que tem fogem do proctologista como o diabo da cruz.

Mas o rei dos discursos, ao se calar sobre a própria intimidade, fez um gol contra (homenagem de segunda categoria às metáforas futebolísticas do primeiro escalão) na luta pela prevenção de uma doença terrível - especialmente, por ser de diagnóstico tão simples.

Bem que sua excelência podia liberar - a informação, claro.



>>> Veja aqui, o texto original.

Nenhum comentário: