Ponto de vista - 13 mai. 2012
Trazemos a reportagem de Lidiane Queiroz, intitulada "É o Méier o orgulho do subúrbio", publicada hoje nas páginas 14 e 15 do caderno de bairro "Zona Norte" do jornal O GLOBO. Ela dá destaque ao grande escritor brasileiro que melhor retratou o subúrbio e ao famoso bairro que hoje aniversaria. Os grifos são nossos:
"Era o início do século XX, período conhecido como a Belle Époque carioca. Graças ao projeto implantado pelo então prefeito Pereira Passos, a capital experimentavaa modernização.
Para Lima Barreto, o subúrbio era o centro do mundo. Em suas obras, o escritor levava seus leitores por um passeio pela região, descrevendo as suas características e as transformações pelas quais ela passava.
O autor, nascido em 13 de maio de 1881, morou no Grande Méier durante anos, numa casa na Rua Major Mascarenhas 32, em Todos os Santos, e construiu uma relação com a Zona Norte que o levou a concentrar a atenção a esta parte da cidade.
— Lima Barreto talvez tenha sido o primeiro escritor a trazer para a cena literária essa região da cidade, que era tão preterida por outros bairros com maior prestígio como o Centro e o Catete. Sua importância, reconhecida somente após a morte, é enorme, já que ele foi capaz de realizar uma verdadeira cartografia do subúrbio e da sua gente — explica o professor Hércules Alberto de Oliveira, doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense.
Apesar de destacar nos seus textos os problemas sociais, ele não deixou de registrar a singularidade do Méier. No artigo(ao lado) [abaixo] publicado em 1921, o autor aponta o bairro como “o orgulho do subúrbio e dos suburbanos”, justamente por ser um dos primeiros a apresentar “ares de modernidade”.
Hoje, o Méier completa 123 anos e já quase não lembra o bairro descrito pelo autor. No entanto, as construções históricas que datam dessa época como a Basílica do Imaculado Coração de Maria, são testemunhas oculares da história do Méier de Lima Barreto; e do Méier de hoje.
Para Lima Barreto, o subúrbio era o centro do mundo. Em suas obras, o escritor levava seus leitores por um passeio pela região, descrevendo as suas características e as transformações pelas quais ela passava.
O autor, nascido em 13 de maio de 1881, morou no Grande Méier durante anos, numa casa na Rua Major Mascarenhas 32, em Todos os Santos, e construiu uma relação com a Zona Norte que o levou a concentrar a atenção a esta parte da cidade.
— Lima Barreto talvez tenha sido o primeiro escritor a trazer para a cena literária essa região da cidade, que era tão preterida por outros bairros com maior prestígio como o Centro e o Catete. Sua importância, reconhecida somente após a morte, é enorme, já que ele foi capaz de realizar uma verdadeira cartografia do subúrbio e da sua gente — explica o professor Hércules Alberto de Oliveira, doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense.
Apesar de destacar nos seus textos os problemas sociais, ele não deixou de registrar a singularidade do Méier. No artigo
Hoje, o Méier completa 123 anos e já quase não lembra o bairro descrito pelo autor. No entanto, as construções históricas que datam dessa época como a Basílica do Imaculado Coração de Maria, são testemunhas oculares da história do Méier de Lima Barreto; e do Méier de hoje.
A ESTAÇÃO
“É o Méier o orgulho do subúrbio e dos suburbanos. Tem confeitarias decentes, botequins freqüentados; tem padarias que fabricam pães, estimados e procurados; tem dois cinemas, um dos quais funciona em casa edificada adrede; tem um circo-teatro (...) e outras perfeições urbanas.
As casas de modas, pois as há também, e de algum aparato, possuem nomes chics, ao gosto da Rua do Ouvidor. Há até uma Notre Dame, penso eu”.
Lima Barreto (Gazeta de Notícias, 06/10/1921)
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