Não tenho como não pensar num Centro Social, desses que vereadores e aspirantes a vereadores criam e mantém, como currais eleitorais. Por intermédio deles (os centros sociais), os candidatos conquistam os votos da população necessitada numa explícita relação de dependência e até conivência. Entre os eleitos, quase todos se encaixam nessa premissa.
Um vereador que não foi reeleito em minha cidade, dizem, chorou revoltado com a ingratidão do povo que ele "beneficiou" com o seu Centro Social.
Posso até estar sendo cruel, mas eu ri, rio, rirei. Não tenho dó alguma do sujeito pela não-reeleição.
Publico abaixo o artigo do Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, Marcelo Garcia, que aborda sobre o assunto - extraído de sua página pessoal na internet. O grifo, claro, é nosso.
Um vereador que não foi reeleito em minha cidade, dizem, chorou revoltado com a ingratidão do povo que ele "beneficiou" com o seu Centro Social.
Posso até estar sendo cruel, mas eu ri, rio, rirei. Não tenho dó alguma do sujeito pela não-reeleição.
Publico abaixo o artigo do Secretário Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, Marcelo Garcia, que aborda sobre o assunto - extraído de sua página pessoal na internet. O grifo, claro, é nosso.
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O SUAS E OS CENTROS SOCIAIS
1- Esta eleição provou a força dos Centros Sociais dos Vereadores. Um prova bastante amarga.
2- Os Centros Sociais são espaços privados que prestam uma ação social vinculada ao favor que o político presta a população. Um favor que "merece" agradecimento via o voto.
3- O Sistema Único da Assistência Social ainda não se posicionou contra esta profunda irregularidade na vida diária das cidades e do cidadão mais vulnerável.
4- É verdade que o número de Centros de Referência da Assistência Social- CRAS e Centros de Referência Especializados da Assistência Social- CREAS ainda são poucos em relação a demanda, mas é fundamental que tenhamos uma resposta para a troca de assistencialismo sem qualquer regulação.
5- O SUAS não supervisionar os Centros Sociais de Políticos é uma séria omissão que deve ser revista com urgência pelo Conselho Nacional de Assistência Social e pactuada pelos Gestores na Comissão Intergestora Tripartite. O Ministério do Desenvolvimento Social pode organizar um grupo de trabalho para definir esta questão.
6- Na minha opinião o fosso dos Centros Sociais precisam ser superados com a maior urgência. Se a Assistência Social é um DIREITO do cidadão e um dever do Estado como diz a constituição brasileira, estamos vivendo uma omissão política da maior gravidade em não enfrentarmos o uso das desproteções sociais para que as pessoas consigam um mandato.
7- Podemos proibir os Centros Sociais? Creio que não. Mas devemos regular seu funcionamento dentro das regras do SUAS ou do SUS.
8- Nesta eleição de 2008 vi de muito perto o poder dos Centros Sociais na eleição de vereadores em várias cidades. Permitir isso é um erro que desprotege ainda mais as populações mais vulneráveis.
9- E cá entre nós os Políticos DONOS de centros sociais deveriam ter vergonha de trocar voto pelo que deveria ser um direito do cidadão.
10- Aos novos Prefeitos fica o desafio da consolidação e construção de mais CRAS e CREAS. Este, sem dúvida, é um caminho bastante seguro para que os Centros Sociais percam força.
11- Parece que para se eleger é necessário ter Centro Social, ser vereador comunitário ou ser muito religioso. E os Temas da cidade? O vereador conceitual acabou? As defesas temáticas acabaram?
(Marcelo Garcia, 07 out. 2008)
2- Os Centros Sociais são espaços privados que prestam uma ação social vinculada ao favor que o político presta a população. Um favor que "merece" agradecimento via o voto.
3- O Sistema Único da Assistência Social ainda não se posicionou contra esta profunda irregularidade na vida diária das cidades e do cidadão mais vulnerável.
4- É verdade que o número de Centros de Referência da Assistência Social- CRAS e Centros de Referência Especializados da Assistência Social- CREAS ainda são poucos em relação a demanda, mas é fundamental que tenhamos uma resposta para a troca de assistencialismo sem qualquer regulação.
5- O SUAS não supervisionar os Centros Sociais de Políticos é uma séria omissão que deve ser revista com urgência pelo Conselho Nacional de Assistência Social e pactuada pelos Gestores na Comissão Intergestora Tripartite. O Ministério do Desenvolvimento Social pode organizar um grupo de trabalho para definir esta questão.
6- Na minha opinião o fosso dos Centros Sociais precisam ser superados com a maior urgência. Se a Assistência Social é um DIREITO do cidadão e um dever do Estado como diz a constituição brasileira, estamos vivendo uma omissão política da maior gravidade em não enfrentarmos o uso das desproteções sociais para que as pessoas consigam um mandato.
7- Podemos proibir os Centros Sociais? Creio que não. Mas devemos regular seu funcionamento dentro das regras do SUAS ou do SUS.
8- Nesta eleição de 2008 vi de muito perto o poder dos Centros Sociais na eleição de vereadores em várias cidades. Permitir isso é um erro que desprotege ainda mais as populações mais vulneráveis.
9- E cá entre nós os Políticos DONOS de centros sociais deveriam ter vergonha de trocar voto pelo que deveria ser um direito do cidadão.
10- Aos novos Prefeitos fica o desafio da consolidação e construção de mais CRAS e CREAS. Este, sem dúvida, é um caminho bastante seguro para que os Centros Sociais percam força.
11- Parece que para se eleger é necessário ter Centro Social, ser vereador comunitário ou ser muito religioso. E os Temas da cidade? O vereador conceitual acabou? As defesas temáticas acabaram?
(Marcelo Garcia, 07 out. 2008)
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