Ponto de vista - 10 out. 2011
Destaco o artigo de Roberto Zentgraf na coluna Dinheiro em Caixa, intitulado "Felizes coincidências...", publicado na página 24 da edição de hoje d'O GLOBO. O grifo é nosso:
"Preso no engarrafamento das 18h, enquanto voltava para casa, eis que sou brindado com o SMS (tempos modernos!) avisando-me da chegada de Maria Manuela, filha de dois grandes queridos, que já passearam por este espaço como personagens-exemplo para o tema Casais e Finanças. Fiquei contente, e não apenas por ver a evolução natural de uma união que se mostra bem-sucedida, mas também por um motivo bem mais cotidiano: às voltas sobre qual tema abordar, a pequena me lembrou que na próxima quarta-feira, dia 12, é o Dia da Criança, e você, leitor que me acompanha há mais tempo, sabe ser esse um dos meus assuntos favoritos! Feliz coincidência, a primeira!
Tendo nascido na família onde nasceu, é pouco provável que seus pais não invistam pesadamente em sua educação: decerto frequentará excelentes escolas, cursos de idiomas, faculdades e pós-graduações. Maria Luiza, Rodrigo e agora a Valentina, os pequenos do meu lado, também seguirão essa trajetória. Mas o que dizer de milhares de outras crianças que, infelizmente, não terão a mesma sorte financeira ou educacional que estas que citei?
A resposta não é trivial, pois não depende apenas de investimento financeiro público, mas também de toda uma estrutura de estímulos, incentivos, recompensas, valorização do professor e do aluno, somente para ficarmos nas questões mais aparentes. Obviamente, a base para tudo isso é a leitura, que nos torna curiosos, investigativos e capazes de formar nossas próprias verdades! E que, em outra feliz coincidência, tem o seu Dia Nacional também festejado em 12 de outubro (tudo isso sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida)!
Mas engana-se quem acha que vou aproveitar a data para me limitar ao clássico "Dê livros de presente". Diante de tantas inovações tecnológicas para ler, sugiro: "Dê leitura de presente"! E é justamente aí que cito a terceira (e última) feliz coincidência do artigo: em fim de semana recente, fui a um evento chamado Hora da Leitura, programa desenvolvido pelo Instituto da Criança e que visa justamente a incentivar a leitura em larga escala nas periferias e comunidades de baixa renda (leia mais no link http://bit.ly/qDKn08).
Um de seus pilares, a Biblioteca do Bairro, tem como objetivo garantir o acesso aos livros (e, por conseguinte, à cultura) pelo público em geral, dando com isso suporte à Sala de Leitura, seu outro pilar. Na sala, grupos de até dez leitores reunidos por faixa etária têm rodas de leitura por um ano, mediados por estagiários contratados na própria comunidade.
No evento a que compareci, ouvi depoimentos entusiasmados de alunos que, por lerem mais, melhoraram seu desempenho escolar. E ouvi também depoimentos emocionados de mediadores, já interessados em, no futuro, seguir carreira acadêmica. Em um país com tantos jovens, foi um alento estar lá.
Para os adeptos do uso eficiente do capital, acho difícil encontrar proposta concorrente aos R$40 mensais necessários para custear três leitores. Claro que nada disso garante que os beneficiários ganhem a corrida de obstáculos até a faculdade. Mas que pelo menos um presente desses irá ajudá-los a não serem eliminados antes da largada, disso não tenho a menor dúvida. E você?
Um grande abraço e até a próxima semana!"
Tendo nascido na família onde nasceu, é pouco provável que seus pais não invistam pesadamente em sua educação: decerto frequentará excelentes escolas, cursos de idiomas, faculdades e pós-graduações. Maria Luiza, Rodrigo e agora a Valentina, os pequenos do meu lado, também seguirão essa trajetória. Mas o que dizer de milhares de outras crianças que, infelizmente, não terão a mesma sorte financeira ou educacional que estas que citei?
A resposta não é trivial, pois não depende apenas de investimento financeiro público, mas também de toda uma estrutura de estímulos, incentivos, recompensas, valorização do professor e do aluno, somente para ficarmos nas questões mais aparentes. Obviamente, a base para tudo isso é a leitura, que nos torna curiosos, investigativos e capazes de formar nossas próprias verdades! E que, em outra feliz coincidência, tem o seu Dia Nacional também festejado em 12 de outubro (tudo isso sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida)!
Mas engana-se quem acha que vou aproveitar a data para me limitar ao clássico "Dê livros de presente". Diante de tantas inovações tecnológicas para ler, sugiro: "Dê leitura de presente"! E é justamente aí que cito a terceira (e última) feliz coincidência do artigo: em fim de semana recente, fui a um evento chamado Hora da Leitura, programa desenvolvido pelo Instituto da Criança e que visa justamente a incentivar a leitura em larga escala nas periferias e comunidades de baixa renda (leia mais no link http://bit.ly/qDKn08).
Um de seus pilares, a Biblioteca do Bairro, tem como objetivo garantir o acesso aos livros (e, por conseguinte, à cultura) pelo público em geral, dando com isso suporte à Sala de Leitura, seu outro pilar. Na sala, grupos de até dez leitores reunidos por faixa etária têm rodas de leitura por um ano, mediados por estagiários contratados na própria comunidade.
No evento a que compareci, ouvi depoimentos entusiasmados de alunos que, por lerem mais, melhoraram seu desempenho escolar. E ouvi também depoimentos emocionados de mediadores, já interessados em, no futuro, seguir carreira acadêmica. Em um país com tantos jovens, foi um alento estar lá.
Para os adeptos do uso eficiente do capital, acho difícil encontrar proposta concorrente aos R$40 mensais necessários para custear três leitores. Claro que nada disso garante que os beneficiários ganhem a corrida de obstáculos até a faculdade. Mas que pelo menos um presente desses irá ajudá-los a não serem eliminados antes da largada, disso não tenho a menor dúvida. E você?
Um grande abraço e até a próxima semana!"
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