sábado, 24 de setembro de 2011

Bicicletas sem estacionamento

Ponto de vista - 24 set. 2011

Destaco a matéria assinada por Francisco Edson Alves , sob o título "Ciclistas da Zona Oeste ‘pedalam contra a corrente’", publicada na página 4 d'O DIA da quinta-feira 22 de setembro, quando foi celebrado o Dia Mundial sem Carro. A reportagem mostrou bem as dificuldades dos moradores da Zona Oeste, que são os que mais usam bicicleta como meio de transporte. Realidade bem parecida com as encontradas pelos moradores da Baixada Fluminense, onde as prefeituras não têm mostrado a menor sensibilidade para com esse meio de transporte urbano ecológico e popular. O grifo é nosso:

"A prefeitura programou ações para hoje, Dia Mundial Sem Carro, que estimulam a população a trocar automóveis por bicicletas para deslocamentos na cidade. Mas na Zona Oeste, região que tem o maior número de ciclistas do Rio (53%), quem pedala diariamente sofre com falta de estrutura para adotar esse meio de transporte. Até uma feira é montada toda semana sobre a ciclovia de Campo Grande.

A região ainda tem pouca ciclovia (42 Km) e só mil vagas em bicicletários. A 'Blitz do DIA' constatou problemas, principalmente, em Bangu, Realengo e Campo Grande, onde donos de bicicletas dividem espaço com carros em alta velocidade e são obrigados a 'estacionar' seus veículos em passarelas, postes e até pendurá-los em árvore.

O governo municipal prevê novos investimentos na construção de mais 26 km de pistas na Zona Oeste para as ‘magrelas' até meados de 2012 e aposta na parceria com a iniciativa privada para a construção de mais bicicletários, driblando a burocracia. A partir de hoje, resolução no Diário Oficial do Município vai agilizar a liberação de construção de bicicletários por comerciantes.

Enquanto isso, quem depende de bicicletas para chegar ao trabalho ou à escola se arrisca. É o caso do motorista Diogo Francisco Souto, 47 anos, que trocou um Fusca por uma bicicleta há dois anos e meio. Todos os dias, ele percorre 8 km entre sua casa, na Estrada da Água Branca, em Realengo, até a estação de trem do bairro, de onde segue para o trabalho. O trajeto não tem ciclovia.

“Há 3 meses fui atropelado por um táxi. Para fugir do trânsito, mudei o caminho, passando por dentro de uma favela (Vila Vintém), mas acabei tendo a bicicleta roubada. Comprei outra”, lamentou.


Feira em cima de ciclovia

Em Bangu, as quartas-feiras, ciclistas são impedidos de utilizar a ciclovia da Av. Marechal Marciano, por causa de uma feira livre. "Quem reclama é ameaçado", denuncia Y., 31 anos. Em Realengo, ontem, havia mais de 80 bicicletas acorrentadas à passarela do Km 40, na altura da Estrada do Mendanha. Ao lado, até as árvores serviam de 'bicicletário'.

“Não temos outra opção, pois o bicicletário da prefeitura está sempre superlotado”, reclama o padeiro Fernando Soares, 34.

Quem não chega cedo não pega uma das 70 vagas disponíveis. “Depois das 6h, já era”, conta a estudante Priscila Oliveira, 17 anos, que de lá segue de ônibus para estudar em Santa Cruz. Ele (sic) acorda mais cedo para garantir a vaga de sua 'magrela’.

O subprefeito da Zona Oeste, Edimar Teixeira, disse que reordenará a feira da Av. Marechal Marciano: "Vamos liberar a ciclovia"."

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