Os arquivos de Sherlock Holmes
Sir Arthur Conan Doyle
Martin Claret
228 páginas. R$ 17,50.
www.martinclaret.com.br
Assim Arthur Conan Doyle, um escritor e médico nascido em Edimburgo (Escócia) no ano de 1859, descreve a única personagem brasileira da obra que resenhamos. A fama desse autor deve-se, certamente, por suas obras cujo personagem principal é o detetive Sherlock Holmes; embora, além da literatura criminal, também tenha escrito peças de teatro, poesias e obras de não-ficção; entre outros gêneros.
“Os arquivos de Sherlock Holmes”, publicado pela editora Martin Claret, é uma tradução de Casemiro Linarth da obra de título original “The Case-Book of Sherlock Holmes”, uma coleção de contos publicados pela primeira vez entre 1921 e 1927 em revistas da Inglaterra e dos EUA. Foi a derradeira obra do autor sobre Sherlock Holmes, personagem o qual ele já havia “matado” em 1893, mas que decidira “ressuscitar” em 1903, após uma enxurrada de apelos de seus fiéis leitores.
Como nos quatro romances e nos outros quatro contos que formam o chamado cânone do personagem, ficamos em grande expectativa durante o desenvolvimento da narrativa, tentando, nós mesmos, encontrar as pistas e desvendar os mistérios; mas o grande detetive sempre nos surpreende. Sherlock Holmes é sempre procurado por seus clientes devido a sua fama e reconhecimento. No conto “Os três Garriders”, o personagem seu amigo, dr. Watson, narra que Holmes teria recusado o título de cavaleiro em 1902. Uma brincadeira perspicaz, pois foi exatamente o ano em que o autor do conto foi condecorado com tal título, passando a ser chamado de Sir Arthur Conan Doyle.
Chama-nos atenção, como casos, digamos, excepcionais, que dois contos são narrados pelo próprio protagonista, Sherlock Holmes: “O soldado pálido” e “A juba do leão”. O ritmo da narrativa é bem diferente dos casos narrados pelo seu (quase) inseparável amigo, Watson. Também damos destaque, neste último conto citado, ao trecho em que o sisudo celibatário Sherlock Holmes se encanta por mulher:
As mulheres ibero-americanas por sinal, com suas personalidades fortes, ganham destaque do autor em três contos: A brasileira citada no início, uma peruana (O vampiro de Sussex) e uma outra espanhola cuja família “governou Pernambuco durante gerações” (Os três frontões).
“A inquilina do rosto coberto” é um conto muito perspicaz, que foge de qualquer padrão pelo seu desfecho; pois nele Holmes age de forma diferente. No mesmo conto, e num outro (O velho solar de Shoscombe), alguns crimes não são necessariamente punidos.
Holmes, como conhecemos de outras obras, não se importa em receber os créditos por decifrar os mistérios, mas trabalha mesmo pelo desafio mental do método da lógica dedutiva. No ótimo conto “Cliente Ilustre”, o que o motiva é o desafio:
Não é a toa que CSI é a série mais vista em todo o mundo nos dias de hoje. Tal qual Batman, o famoso herói dos quadrinhos e do cinema, tiveram no personagem Sherlock Holmes sua referência; e conquistam mais fãs a cada dia.
Perto da estréia de mais um filme sobre Sherlock Holmes no cinema, recomendamos a leitura da obra do Sir Arthur Conan Doyle. Sempre, sempre o livro será melhor. O hábito de leitura nunca deve ser deixado de lado, preterido pela televisão ou pela tela grande. O personagem Sherlock Holmes, inclusive, valoriza a cultura geral... De tudo se dever ler um pouco. Em vários contos, ele encontra nos livros as chaves para desvendar os mais intrincados mistérios:
Assim também o é em nossas vidas. O livro muda as pessoas porque as ajuda a decifrar o mundo.
Sir Arthur Conan Doyle
Martin Claret
228 páginas. R$ 17,50.
www.martinclaret.com.br
“... era brasileira de nascimento... Filha do sol e da paixão. Ela o amou como só essas mulheres podem amar.” (O problema da ponte Thor)
Assim Arthur Conan Doyle, um escritor e médico nascido em Edimburgo (Escócia) no ano de 1859, descreve a única personagem brasileira da obra que resenhamos. A fama desse autor deve-se, certamente, por suas obras cujo personagem principal é o detetive Sherlock Holmes; embora, além da literatura criminal, também tenha escrito peças de teatro, poesias e obras de não-ficção; entre outros gêneros.
“Os arquivos de Sherlock Holmes”, publicado pela editora Martin Claret, é uma tradução de Casemiro Linarth da obra de título original “The Case-Book of Sherlock Holmes”, uma coleção de contos publicados pela primeira vez entre 1921 e 1927 em revistas da Inglaterra e dos EUA. Foi a derradeira obra do autor sobre Sherlock Holmes, personagem o qual ele já havia “matado” em 1893, mas que decidira “ressuscitar” em 1903, após uma enxurrada de apelos de seus fiéis leitores.
Como nos quatro romances e nos outros quatro contos que formam o chamado cânone do personagem, ficamos em grande expectativa durante o desenvolvimento da narrativa, tentando, nós mesmos, encontrar as pistas e desvendar os mistérios; mas o grande detetive sempre nos surpreende. Sherlock Holmes é sempre procurado por seus clientes devido a sua fama e reconhecimento. No conto “Os três Garriders”, o personagem seu amigo, dr. Watson, narra que Holmes teria recusado o título de cavaleiro em 1902. Uma brincadeira perspicaz, pois foi exatamente o ano em que o autor do conto foi condecorado com tal título, passando a ser chamado de Sir Arthur Conan Doyle.
Chama-nos atenção, como casos, digamos, excepcionais, que dois contos são narrados pelo próprio protagonista, Sherlock Holmes: “O soldado pálido” e “A juba do leão”. O ritmo da narrativa é bem diferente dos casos narrados pelo seu (quase) inseparável amigo, Watson. Também damos destaque, neste último conto citado, ao trecho em que o sisudo celibatário Sherlock Holmes se encanta por mulher:
“Não se podia negar que ela embelezaria qualquer reunião no mundo. (...) Raras as vezes senti atração por mulheres, pois o cérebro sempre governou o meu coração, mas me bastou olhar aquele rosto perfeitamente delineado, delicadamente colorido pelo frescor suave das terras baixas, para compreender que nenhum jovem poderia atravessar-se no seu caminho e sair ileso”.
As mulheres ibero-americanas por sinal, com suas personalidades fortes, ganham destaque do autor em três contos: A brasileira citada no início, uma peruana (O vampiro de Sussex) e uma outra espanhola cuja família “governou Pernambuco durante gerações” (Os três frontões).
“A inquilina do rosto coberto” é um conto muito perspicaz, que foge de qualquer padrão pelo seu desfecho; pois nele Holmes age de forma diferente. No mesmo conto, e num outro (O velho solar de Shoscombe), alguns crimes não são necessariamente punidos.
Holmes, como conhecemos de outras obras, não se importa em receber os créditos por decifrar os mistérios, mas trabalha mesmo pelo desafio mental do método da lógica dedutiva. No ótimo conto “Cliente Ilustre”, o que o motiva é o desafio:
“Se é mais perigoso que o Prof. Moriarty vale a pena conhecê-lo”.
Não é a toa que CSI é a série mais vista em todo o mundo nos dias de hoje. Tal qual Batman, o famoso herói dos quadrinhos e do cinema, tiveram no personagem Sherlock Holmes sua referência; e conquistam mais fãs a cada dia.
Perto da estréia de mais um filme sobre Sherlock Holmes no cinema, recomendamos a leitura da obra do Sir Arthur Conan Doyle. Sempre, sempre o livro será melhor. O hábito de leitura nunca deve ser deixado de lado, preterido pela televisão ou pela tela grande. O personagem Sherlock Holmes, inclusive, valoriza a cultura geral... De tudo se dever ler um pouco. Em vários contos, ele encontra nos livros as chaves para desvendar os mais intrincados mistérios:
“Sou um leitor que devora tudo. (...) Eu sabia que tinha lido em alguma parte num contexto inesperado.” (A juba do leão).
Assim também o é em nossas vidas. O livro muda as pessoas porque as ajuda a decifrar o mundo.