domingo, 30 de setembro de 2012

Nilópolis - Elegendo vereador sem querer


Um vereador em Nilópolis não se elege apenas com os votos de seus eleitores. Nas eleições municipais passadas, em 2008, o quociente eleitoral (quantidade mínima de votos necessária para eleger um vereador) foi de 8.136 votos. O candidato mais votado no município, no entanto, obteve apenas 2.928 votos; e o menos votado entre os eleitos obteve 1.260 votos.


O que possibilitou a eleição dos mesmos foram os votos dados em outros candidatos do mesmo partido ou coligação. Por isso saiba que o voto dado num determinado candidato de sua preferência, pode ajudar a eleger outro de sua antipatia.

Os candidatos de uma mesma coligação travam uma disputa externa e outra interna. Eles dependem de que os colegas sejam bem votados para legenda ter um bom resultado; mas cada um precisa se destacar, sendo o mais votado do grupo. Em Nilópolis uma coligação costuma eleger no máximo dois ou três vereadores; que serão os mais votados da disputa interna do grupo. Os votos dados aos outros (os que não foram eleitos) não são desperdiçados, como se pensa... Eles servem para eleger esses primeiros colocados nos grupos (coligações).

Diante disso, recomendamos que examine as listas de cada uma das coligações que concorrem em Nilópolis ao cargo de vereador, para saber em quem você corre o risco de ajudar a eleger indiretamente. Por isso, pense bem, antes de votar.


PSOL (50) - partido sem coligação

Coligação PT e PSB (13 e 40)

Coligação PCdoB e PSC (65 e 20)

Coligação PPS e PTdoB (23 e 70

Coligação PDT e PTB (12 e 14)

Coligação PMDB e PV (15 e 43)

Coligação PMN, PSDC, PRTB e PPL (33, 27, 28 e 54)


Coligação PSDB, PR e PSL (45, 22 e 17)

Coligação PP e PRB (11 e 10)

Coligação PSD e PTN (55 e 19)

Confira, também, a postagem "Eleições em Nilópolis: Palpites e prognósticos".

O resultado das eleições para vereadores está em http://grifonosso.blogspot.com/2012/10/nova-camara-de-vereadores-de-nilopolis.html

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ler para transformar o mundo

Continuamos a nossa campanha de promoção do livro e da leitura, trazendo a seguinte informação:


O Ministério da Cultura (MinC) lançou ontem (02/08) a segunda etapa de campanha "Leia Mais, Seja Mais", que busca incentivar a leitura nas classes C, D e E. 

"Quanto mais você lê, mais o mundo se transforma" é um dos lemas da campanha que disponibiliza na internet material para ampla divulgação como vídeo, spots para rádios e áudios para espera telefônica que recitam trechos de clássicos da literatura nacional.



Material da campanha: http://www.cultura.gov.br/site/2012/08/02/leia-mais-seja-mais-2/

Eleições em Nilópolis: Palpites e prognósticos


Baseado no resultado nos resultados das últimas eleições para prefeito em Nilópolis (RJ) e nas correlações de força, meu palpite - que aponta empate técnico – é o seguinte:

Sérgio Sessim (PP) – 48.65%
Alessandro Calazans (PMN) – 47,75%
Pessanha (PSOL) – 3,90%

Essa é uma expectativa considerando apenas os votos válidos. Arriscaria uma margem de erro de 2%. Explico-me como cheguei até ela:

- Em 2000, o prefeito (que é da mesma corrente política de Sérgio Sessim) foi eleito com 51,19% e em 2004 reeleito com 58,67%. Na mesma proporção, Sérgio Sessim, que foi eleito em 2008 com 42,78%, cresceria até 48,65%.

- Já o voto em Pessanha, eu estimei calculando a média entre os votos no candidato do PV em 2008 e os votos dados no candidato do PT em 2004; que são os votos creditados à esquerda e os votos de protesto.

- Subtraindo essas duas variáveis, cheguei à estimativa do que seriam os votos dados ao candidato Calazans: 47,75%.

* * * * *

Fatores que podem derrubar esse palpite puramente matemático:

- Sérgio Sessim pode crescer menos do que o prefeito que se reelegeu em 2004.

- Os votos válidos dados em Calazans e Neca (hoje aliados) em 2008, se somados, chegariam agora a 53,1% dos votos válidos. Por outro lado, Calazans pode não herdar os votos dados a Neca - o segundo colocado em 2008.

- É difícil estimar os votos que Pessanha receberá, pois será a primeira campanha do PSOL em Nilópolis. Pode herdar um maior número de votos de protesto.

- Por fim, concluo que o fator que decidirá essas eleições - excluindo a possibilidade de compra de votos - será não a predileção, mas a rejeição. Entre os dois favoritos, levará a melhor aquele que for menos rejeitado. Nesse prognóstico, o terceiro candidato - sem o poder econômico dos grandes partidos - aparece como uma alternativa aos que, rejeitando os dois outros candidatos, preferirem não anular o voto.

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Atualização no dia 07 out. 2012, às 23:36: O resultado das eleições para prefeito está em http://grifonosso.blogspot.com/2012/10/nilopolis-resultado-final-para-prefeito.html

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Primeiras letras - blogueiro por um dia

Ponto de vista - 16 jul. 2012


O texto abaixo foi publicado sexta-feira, dia 13 de julho de 2012, n'O GLOBO Online - seção "blogueiro por um dia" do blog do colunista Ancelmo Góis; e trata sobre a importância de ensinar às crianças o mundo da leitura. Os grifos devem ser vossos.

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PRIMEIRAS LETRAS

por Anderson Moura


“Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas” (Mário Quintana). 


Vemos o planeta em ebulição; gente nos quatro cantos do mundo, conectadas nas redes sociais, organizando protestos e derrubando governos autoritários e intolerantes... Mas e no caso do Brasil? Falta muito para vencermos o maior entrave às engrenagens da igualdade social: a corrupção. Desta maneira, o mais importante é cultivarmos o não-conformismo e colaborarmos para que um número maior de pessoas seja capaz de ler o mundo e reinterpretá-lo à luz das mudanças necessárias. É justamente aí que reside o papel fundamental da educação e da promoção da leitura. 

Uma recente pesquisa divulgada no primeiro semestre pelo Instituto Pró-Livro diz que o brasileiro tem lido cada vez menos livros. Sinceramente, não é o que temos observado por aí... Além do mais, sabemos que quantidade de livros lidos não é quantidade de páginas. Vários dos livros que estão nas listas de mais vendidos há várias semanas são verdadeiros calhamaços. Um dos volumes de uma dessas séries juvenis de fantasia épica tem cerca de 900 páginas! No Skoob (Do inglês ‘books’. Livros, de trás para frente) – a rede social dos aficcionados em livros – constatamos que os títulos de ficção de bruxinhos e vampiros estão entre os mais lidos na atualidade; e, na vida real, facilmente podem ser encontrados nas carteiras de colégios, nas mãos de estudantes. Se despertarem o jovem para o hábito de leitura, certamente podem significar o ponto de partida para o contato com outros gêneros literários. 

O escritor e cartunista Ziraldo, autor de "O Menino Maluquinho", costuma dizer que “ler é mais importante do que estudar”. O dito já gerou polêmica entre educadores; mas concluímos que a afirmação é certeira, pois só gosta de estudar quem gosta de ler. Como podemos, então, incentivar de forma eficaz o gosto pela leitura? 

As primeiras letras devem ser incentivadas desde cedo, contando histórias para as crianças; presenteando-as com revistas de história em quadrinhos; apresentando-as o mundo dos livros; levando-as para conhecer uma biblioteca; ou dando a elas oportunidade de escolher um livro numa visita à livraria. A criança também crescerá aprendendo a gostar de ler, se ver os adultos praticando o mesmo hábito saudável; como a torcida do clube de futebol que cresce pela ação dos pais que vestem a camisa do time e presenteiam seus filhos com ela desde o berço. São atividades nobres como plantar uma árvore e regá-la... sem elas não colheremos os frutos de uma sociedade melhor.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Leitura libertadora

Ponto de vista - 09 jul. 2012

Destacamos, a seguir, um artigo de Martha Medeiros, publicado ontem em sua coluna da dominical revista O GLOBO (p. 24) do jornal de mesmo nome, intitulado "Livro, um alvará de soltura". Ela fala da polêmica medida que agora permite aos presos federais reduzirem sua pena lendo livros e também incentiva seus leitores a doarem os livros que só enfeitam as estantes. Os grifos são nossos:

"Costumo brincar dizendo que, para conseguir ler todos os livros que me enviam, só se eu pegasse uma prisão perpétua. Pois é de estranhar que, habituada a fazer essa conexão entre isolamento e livros, tenha me passado despercebida a matéria que saiu recentemente nos jornais (da qual fui gentilmente alertada por uma leitora) de que os detentos de penitenciárias federais que se dedicarem à leitura de obras literárias, clássicas, científicas ou filosóficas poderão ter suas penas reduzidas. A cada publicação lida, a pena será diminuída em quatro dias, de acordo com a Portaria 276 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). No total, a redução poderá chegar a 48 dias em um ano, com a leitura de até 12 livros. Para provar que leu mesmo, o detento terá que elaborar uma resenha que será analisada por uma comissão de especialistas em assistência penitenciária.

A ideia é muito boa, então, por favor, não compliquem. Não exijam resenha (eles lá sabem o que é resenha?) nem nada assim inibidor. Peçam apenas que o sujeito, em poucas linhas, descreva o que sentiu ao ler o livro, se houve identificação com algum personagem, algo bem simples, só para confirmar a leitura. Não ameacem o pobre coitado com palavras difíceis, ou ele preferirá ficar encarcerado para sempre.

Há presos dentro e fora das cadeias. Muito adolescente está preso a maquininhas tecnológicas que facilitam a conexão com os amigos, mas não consigo mesmo. Adultos estão presos às telenovelas e aos reality shows quando poderiam estar investindo o tempo em algo muito mais libertador. Milhares de pessoas acreditam que ler é difícil, ler é chato, ler dá sono, e com isso atrasam seu desenvolvimento, atrofiam suas ideias, dão de comer a seus preconceitos, sem imaginar o quanto a leitura os libertaria dessa vida estreita.

Ler civiliza.

Essa boa notícia sobre atenuação de pena é praticamente uma metáfora. Leitura = liberdade. Não é preciso ser um criminoso para estar preso. O que não falta é gente confinada na ignorância, sem saber como escrever corretamente as palavras, como é viver em outras culturas, como deixar o pensamento voar. Um livro é um passaporte para um universo rico e irrestrito. O livro é a vista panorâmica que o presídio não tem, a viagem ao redor do mundo que o presídio impede. O livro transporta, transcende, tira você de onde você está.

Por receber uma quantidade inquietante de livros, e sem ter onde guardá-los todos, costumo fazer doações para escolas e bibliotecas com frequência. Poucos meses atrás, doei alguns exemplares para um presídio do Rio de Janeiro, e sugiro que todas as pessoas que tenham livros servindo de enfeite em casa façam o mesmo. Que se cumpram as penas, mas que se deixe a imaginação solta."


domingo, 8 de julho de 2012

Impressos e profecias

Ponto de vista - 08 jul. 2012

Trazemos o artigo da colunista Míriam Leitão, em parceria com Valéria Maniero, intitulado "Jornal de papel", publicado hoje na página 30 do jornal O GLOBO. Elas dissertam sobre a insistente polêmica do possível fim do jornal e do livro impressos, diante da tecnologia digital. Os grifos são nossos:

"O jornal vai morrer. É a ameaça mais constante dos especialistas. E essa nem é uma profecia nova. Há anos a frase é repetida. Jornais desaparecem em vários países, tiragens diminuem, redações emagrecem. O tempo que o leitor, em média, fica diante de um exemplar encurta. Experiências são feitas para atrair leitores na era da comunicação nervosa, rápida, multicolorida, performática. Mas o que é o jornal? Onde mora seu encanto?

O que é sedutor no jornal é ser ele mesmo e nenhum outro formato de comunicação de ideias, histórias, imagens e notícias. No tempo das muitas mídias, o que precisa ser entendido é que cada um tem um espaço, um jeito, uma personalidade. O pior erro que se pode cometer é um meio negar sua própria natureza e tentar ser outro dos muitos seres que povoam esse mundo, seres que agora se multiplicam.

É intenso o mundo da comunicação de hoje e não permite muitos erros. Trabalha-se num meio mutante e desafiador. Quando surge uma nova mídia, há sempre os que a apresentam como tendência irreversível, modeladora do futuro inevitável e fatal. Depois se descobre que nada é substituído e o novo se agrega ao mesmo conjunto de seres através dos quais nos comunicamos.

O livro vai morrer, dizem os mesmos especialistas que atestam o fim dos jornais. E o livro migra, muda e fica. Parati e para mim. Fica em papel ou em meio digital, como um dia foi pergaminho, papiro. Os livros têm o encantamento eterno que faz, ainda hoje, jovens disputarem concursos literários, pessoas de todas as idades circularem por festivais como a Flip — ou Clip, como diria Verissimo — e as bienais. Livros forjam pessoas, personalidades e sensações; marcam momentos e etapas da vida.

A biblioteca da exposição “Humanidades” foi formada pela mesma pergunta feita a pessoas de áreas diferentes: que livros influenciaram sua formação? Há pessoas que diante dessa pergunta podem até ficar constrangidas. Há outras que souberam os marcos do caminho da sua própria construção.

Leitora compulsiva de jornais desde a infância, não saberia viver sem eles. Leitora obsessiva de livros, só fiquei sem eles uma única vez na minha vida e foi sob a mira de armas. Na prisão, fui impedida de ler. Fazia parte do tormento. No longo silêncio sem livros, sem jornais, eu lembrava trechos dos livros mais amados. “Diadorim, meu diadorim”. E me sentia liberta.

Migrante por todas as mídias, conheço a força e o jeito de cada uma. Jornal, rádio, televisão, revista, blogs, sites, twitter e tudo o que mais vier. Aqui, neste matutino carioca, começou este ano um produto vespertino específico para tablets. E ele é diferente de todas as outras mídias e preenche um vazio que nem se sabia que existia. Isso é que é curioso. A tecnologia de comunicação inventa a estrada e logo surgem produtos novos de comunicação. E tudo que circula é o mesmo e é diferente. É notícia, imagem parada ou em movimento, ideia, reflexão, opinião.

Sempre aparecem os que garantem que um meio está morrendo, porque o outro nasceu e, na verdade, eles todos convivem. E a mudança continua em ritmo veloz. Quem não se lembra do vaticínio sobre o rádio? Tudo fica e muda. Essa é a natureza da era da comunicação vertiginosa.

Quando criança, eu me sentava ao lado do meu pai, assim que o jornal chegava, e colhia os suplementos que caíam do seu primeiro olhar, e depois vasculhava as partes centrais já lidas por ele. Lembro desses momentos com ternura. Da leitura conjunta brotavam discussões acaloradas sobre nossas divergências de opinião. Assim cresci.

Sábado passado eu estava mergulhada na leitura dos jornais, quando Mariana, minha neta de seis anos, acomodou-se ao meu lado no sofá, imitando meu jeito de sentar e perguntou:

— E o meu?

— O seu o quê?

— O meu jornal!

Dei para ela o Globinho, o Estadinho. Não achei a Folhinha.

A cara dela de satisfação era de derrubar as convicções sobre o fim iminente do jornal. Daniel, meu neto de dois anos, chegou exigindo o seu exemplar de uma forma, digamos, insistente. As páginas terminaram partidas.

Os jornais vão acabar, garantem os especialistas. E, por isso, dizem que é preciso fazer jornal parecer com as outras formas da comunicação mais rápida, eletrônica, digital. Assim, eles morrerão mais rapidamente. Jornal tem seu jeito. É imagem, palavra, informação, ideia, opinião, humor, debate, de uma forma só dele.

Todos os jornais passaram a ter sites onde as notícias se movem o dia inteiro e as imagens em movimento se misturam a fotos. E como todos os sites estão olhando todos os sites, eles vão mudando o dia inteiro. Um copiando o outro. Dias atrás, vi um em que uma notícia começava em português e terminava em espanhol; um ideal há muito sonhado no mundo ibero-americano: a fusão dos dois idiomas.

Nesse tempo tão mutante em que se tuíta para milhares, que retuítam para outros milhares o que foi postado nos blogs, o que está nos sites dos veículos online, que chance tem um jornal de papel que traz uma notícia estática, uma foto parada, um infográfico fixo?

Terá mais chance se continuar sendo jornal.
"

terça-feira, 19 de junho de 2012

Livros antes probidos, hoje populares


Desde o século XVI até 1966, a Igreja Católica manteve o chamado Índice dos Livros Proibidos (Index Librorum Prohibitorum), uma lista de publicações literárias proibidas aos católicos. Vários eram os motivos de censura dessas obras segundo o julgamento do clero: deficiência moral, heresia, incorreção política, sexualidade explícita, etc.

Expoentes dos movimentos chamados de Humanismo e do Renascimento, muitos desses livros são verdadeiros clássicos universais (a proibição, seja ela qual for, sempre ajuda a alavancar o sucesso de uma obra); e a editora Martin Claret é uma das grandes responsáveis pela popularização dessas obras que, longe da proibição de tempos idos, hoje são de domínio publico e fácil acesso. Somente neste mês de junho, a editora lançou o Leviatã, de Thomas Hobbes, escritor que teve todas as obras listadas no Index; e o Elogio da loucura, de Erasmo de Rotterdam (uma região da atual Holanda), cujas obras tiveram o mesmo destino, só que depois de seu falecimento. E até mesmo, Jean de La Fontaine, autor do qual a editora publica Fábulas, teve a sua obra Contes et Nouvelles lançada na lista dos livros proibidos.

Escritor, filósofo e teólogo católico, Erasmo escreveu "O Elogio da Loucura" como homenagem a Thomas More (autor de A Utopia), outros famoso católico, seu grande amigo. Sua obra máxima fez grande sucesso à época de seu lançamento e continua atual. Nela denuncia males como hipocrisia, a ingratidão e a intolerância; e, apesar, de suas denúncias se situarem em um ponto equidistante entre o catolicismo e o protestantismo, sua obra é considerada uma das inspirações para este último.

O inglês Thommas Hobbes, por sua vez, foi um dos principais teóricos do absolutismo. Ele sustentava que sem um governo forte e eficiente, os homens não respeitariam os limites necessários a uma boa convivência social. Daí que cunhou a expressão “o homem é o lobo do homem”. Na sua ideia do “contrato social”, o Estado seria um mal necessário, um aparato administrativo monstruoso capaz de assegurar que os indivíduos teriam um comportamento social mais pacífico.

Confira as sinopses:



Elogio da loucura nº 37

Erasmo de Rotterdam – Coleção A obra-prima de cada autor

Escrito em 1509 e publicado em 1511, Elogio da loucura é considerado um dos mais importantes livros da civilização ocidental e um grande influenciador da Reforma Protestante.
Neste ensaio singular, repleto de alusões clássicas, escritas no estilo típico dos humanistas do Renascimento – em que a loucura é a narradora que ao longo do texto vai mostrando o quanto está presente no mundo dos homens e que, no fundo, é quem torna a vida mais branda e suportável –, Erasmo critica o ensino da Escolástica, os falsos sábios distanciados da vida simples, a suntuosidade do alto clero em contraste com os ensinamentos de Cristo, a hipocrisia das instituições humanas e as guerras.
Uma das grandes obras do Renascimento, Elogio da loucura influenciou o processo das profundas transformações que marcaram o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
Código do Produto: 9788572327541
 ISBN: 978-85-7232-754-1



Leviatã nº 1

Thomas Hobbes – Coleção A obra-prima de cada autor – Série Ouro

Leviatã (1651) é a mais importante criação de Thomas Hobbes e considerada por muitos sua obra-prima.
A filosofia de Hobbes, especialmente sua teoria a respeito da origem contratual do Estado, exerceu profunda influência no pensamento de Rousseau, Kant e dos enciclopedistas. Além disso, contribuiu para preparar, no plano ideológico, o advento da Revolução Francesa.
Partidário do absolutismo político, defende-o sem recorrer à noção do “direito divino”.
Segundo o filósofo, a primeira lei natural do homem é a da autopreservação, que o induz a impor-se sobre os demais – “guerra de todos contra todos”. Leviatã é, sem dúvida, leitura obrigatória para os interessados em filosofia.
Código do Produto: 9788572327626
ISBN: 978-85-7232-762-6

Os outros lançamento você  encontra no blog da editora Martin Claret.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

“Rio Cidade Paisagem”, exposição na Biblioteca Nacional

Ponto de vista - 13 jun. 2012

Visitar a Biblioteca Nacional, no Centro do Rio de Janeiro, é sempre um ótimo programa. Mariana Moreira em matéria intitulada "Outros olhares sobre a paisagem do Rio", publicada hoje na página 2 do Segundo Caderno d'O GLOBO, dá destaque à exposição “Rio Cidade Paisagem”. Você não pode perder! 


Os grifos são nossos:


"Um primeiro encontro com a cidade. Essa é a sensação que as obras da exposição “Rio Cidade Paisagem” pretendem causar em quem for visitar a mostra, a partir de hoje até o dia 5 de agosto, na Biblioteca Nacional, no Centro. A exposição é uma viagem pela história da transformação natural e urbana da paisagem da cidade, ao longo de quatro séculos, por meio de fotografias, mapas, gravuras, documentos, partituras, jornais e trechos de filmes do acervo da biblioteca.


As 150 obras que compõem a exposição foram selecionadas pelos curadores Ana Luiza Nobre, historiadora e arquiteta; Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, pesquisador da Divisão de Iconografia da BN: e Sérgio Besserman Vianna, economista e presidente do Grupo de Trabalho da Prefeitura para a Rio+20. Não por acaso, o primeiro dia da exposição coincide com o início da Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento. A função de Besserman na curadoria é harmonizar a temática da exposição com o período de debates sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente que envolve a cidade no momento.


— O Rio expressa o desafio do desenvolvimento sustentável. É encontro de mar com montanha, pobreza com riqueza, aqui todos se encontram. A exposição mostra as principais intervenções urbanas, o que elas tiveram de bom e de ruim. E, ao expor isso, mostramos que a responsabilidade que é de todos. Temos que criar um Rio+Sempre — afirma Besserman, que tem boas expectativas para o evento.





A ideia da exposição, como explica Ana Luiza, é desconstruir o olhar viciado na beleza do Rio e expandir o conceito de paisagem para além das lagoas e praias, como jornais de bairros do início do século XX.


A obra mais antiga que o visitante encontrará é um desenho da Baía de Guanabara feito pelo aventureiro alemão Hans Staden em 1557, reproduzido no livro “Duas viagens ao Brasil”. O desenho é considerado uns dos primeiros registros da Baía.


Além do rico material cartográfico, há as imagens de Augusto Malta (1864-1957) e Marc Ferrez (1843-1923), que fotografaram a cidade no início do século XX. Esses trabalhos se juntam ao dos fotógrafos Bernardo San Martin e Raul Lima.


— Abrimos a exposição com uma panorâmica de Raul Lima, feita nos anos 1960. E é uma imagem histórica porque foi feita com uma câmera comprada pelo pai dele, Epaminondas Lima, de Augusto Malta — destaca Joaquim Marçal."

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Cândidos eleitores e candidatos alavancas

Ponto de vista - 11 jun. 2012

Às vésperas de mais um periodo eleitoral, foi muito oportuno o artigo de Frei Betto - intitulado "O candidato ingênuo" - publicado ontem (10 jun. 2012) na página 24 d'O DIA. Os grifos são nossos:


"Candidato, palavra que deriva de cândido, íntegro. Quem dera a maioria correspondesse a essa etimologia... A ingenuidade de muitos candidatos a vereador se desfaz quando, convidado a concorrer às eleições, acredita que, se eleito, não será ‘como os outros’ e prestará excelente serviço ao município.

O que poucos candidatos desconfiam é que servem de escada para a vitória eleitoral de políticos que eles criticam. Para se eleger vereador ou deputado estadual ou federal, é preciso obter quociente eleitoral — e aqui reside o pulo do gato. Cândidos eleitores imaginam que são empossados os candidatos que recebem mais votos. Ledo engano. É muito difícil um único candidato obter, sozinho, votos suficientes para preencher o quociente eleitoral. A Justiça Eleitoral soma os votos de todos os candidatos do mesmo partido, mais os votos dados apenas ao partido, sem indicação de candidato.

Ora, se você pensa em ser candidato, fique de olho. Pode ser que esteja servindo de degrau para a ascensão de candidatos cuja prática política você condena, como a falta de ética. Enquanto não houver reforma política, o sistema eleitoral funciona assim: muitos novos candidatos reelegem os mesmos políticos de sempre!

Como alerta o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, "mais frequentes são a derrota e a frustração de pessoas bem-intencionadas, mas desinformadas. Ao se apresentar como candidatas, elas mobilizam familiares, amigos e vizinhos para a campanha. Terminadas as eleições, perceberá que sua votação só serviu para engordar o quociente eleitoral do partido ou da coligação... Descobrem, tarde demais, que eram apenas 'candidatos alavancas’”.

Convém ter presente que o nosso voto vai, primeiro, para o partido e, depois, para o candidato.
"


sábado, 2 de junho de 2012

A rede social e a promoção da leitura


Ontem (1º de junho), a leitura e a literatura foram destaques na Internet. Promovida pelo site Skoob, a tralha (hashtag) #JunhoSK alcançou a lista dos “Assuntos do momento” (Trending Topics) no Twitter quando os usuários dessa rede social passaram a divulgar quais livros estavam lendo na abertura do mês.

O Skoob – books (livros) de trás para frente – é uma rede social que se apresenta como “a maior comunidade de leitores do Brasil”. Nela, montando a sua própria estante virtual (álbum de capas de livros); e, catalogando aqueles que leu ou pretender ler; o usuário pode, ainda, dar notas aos livros, compartilhar resenhas, combinar trocas de livros via correios. Uma excelente ferramenta para descobrir novos livros, autores, editoras; e até fazer novos amigos.

Temos observado que mais pessoas têm manifestado o hábito da leitura; exatamente a mesma impressão que Beth Serra manifestou num artigo publicado em abril, na edição dominical de um jornal de grande circulação - o que contrasta com a pesquisa divulgada pelo Instituto Pró-Livro que diz que o brasileiro tem lido cada vez menos.

Sabemos bem que quantidade de livros não é quantidade de páginas: Vários dos livros que estão nas listas de mais vendidos há várias semanas são verdadeiros calhamaços. Um dos volumes de uma dessas séries juvenis – “As Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R. R. Martin – beira um total de novecentas páginas!

Entretanto, para que não haja um hiato nesse crescimento a olho nu, a promoção da leitura deve ser incessante e atacar em todas as faixas etárias, pois a criança só crescerá aprendendo a gostar de ler, se ver os adultos praticando o mesmo hábito saudável; da mesma forma que uma torcida do clube de futebol que cresce pela ação dos pais que vestem a camisa do time e presenteiam seus filhos com ela desde o berço. Se assim for com o livro, conseguiremos outros maracanãs de leitores.

domingo, 27 de maio de 2012

Ler é mais importante que estudar

Sábias palavras do escritor e cartunista Ziraldo, hoje, na coluna "Conexão Leitor" d'O DIA (p. 22):


domingo, 13 de maio de 2012

O subúrbio do Méier em Lima Barreto

Ponto de vista - 13 mai. 2012

Trazemos a reportagem de Lidiane Queiroz, intitulada "É o Méier o orgulho do subúrbio", publicada hoje nas páginas 14 e 15 do caderno de bairro "Zona Norte" do jornal O GLOBO. Ela dá destaque ao grande escritor brasileiro que melhor retratou o subúrbio e ao famoso bairro que hoje aniversaria. Os grifos são nossos:

"Era o início do século XX, período conhecido como a Belle Époque carioca. Graças ao projeto implantado pelo então prefeito Pereira Passos, a capital experimentavaa modernização. 

Para Lima Barreto, o subúrbio era o centro do mundo. Em suas obras, o escritor levava seus leitores por um passeio pela região, descrevendo as suas características e as transformações pelas quais ela passava. 


O autor, nascido em 13 de maio de 1881, morou no Grande Méier durante anos, numa casa na Rua Major Mascarenhas 32, em Todos os Santos, e construiu uma relação com a Zona Norte que o levou a concentrar a atenção a esta parte da cidade. 


Lima Barreto talvez tenha sido o primeiro escritor a trazer para a cena literária essa região da cidade, que era tão preterida por outros bairros com maior prestígio como o Centro e o Catete. Sua importância, reconhecida somente após a morte, é enorme, já que ele foi capaz de realizar uma verdadeira cartografia do subúrbio e da sua gente — explica o professor Hércules Alberto de Oliveira, doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. 


Apesar de destacar nos seus textos os problemas sociais, ele não deixou de registrar a singularidade do Méier. No artigo (ao lado) [abaixo] publicado em 1921, o autor aponta o bairro como “o orgulho do subúrbio e dos suburbanos”, justamente por ser um dos primeiros a apresentar “ares de modernidade”


Hoje, o Méier completa 123 anos e já quase não lembra o bairro descrito pelo autor. No entanto, as construções históricas que datam dessa época como a Basílica do Imaculado Coração de Maria, são testemunhas oculares da história do Méier de Lima Barreto; e do Méier de hoje.
A ESTAÇÃO

“É o Méier o orgulho do subúrbio e dos suburbanos. Tem confeitarias decentes, botequins freqüentados; tem padarias que fabricam pães, estimados e procurados; tem dois cinemas, um dos quais funciona em casa edificada adrede; tem um circo-teatro (...) e outras perfeições urbanas. 


As casas de modas, pois as há também, e de algum aparato, possuem nomes chics, ao gosto da Rua do Ouvidor. Há até uma Notre Dame, penso eu”. 


Lima Barreto (Gazeta de Notícias, 06/10/1921)



O ESCRITOR e jornalista Lima Barreto foi um dos primeiros a escrever sobre a realidade do subúrbio"