Fiquei muito contente no sábado, ao saber que o escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro ganhou o Prêmio Camões, a principal distinção concedida a autores de língua portuguesa.
Na verdade, acho que nunca li uma de suas obras completa. Folheei A casa dos budas ditosos rapidamente e até gostei, mas tive que devolver logo ao dono. Tentei ler Viva o povo brasileiro, mas desisti. Achei chato como a minissérie global Sorriso de Lagarto (1991), baseada num livro dele. Gosto mesmo é de suas crônicas dominicais no jornal O GLOBO e de sua perspicaz ironia. Tantas que li dariam, talvez, mais do que meia dúzia de suas obras.
Lembro de uma dessas crônicas que eu, vestibulando, lia consultando o dicionário a cada palavra desconhecida (e foram várias), até que no final do texto deparei-me com a ironia (ou deboche, como queiram)... Ele dizia "Dicionários, dicionários: Até vocês precisam de um pouco de exercício".
Numa outra crônica memorável ele comentava sobre as intenções do então presidente Fernando Henrique Cardoso, de se tornar membro da Academia Brasileira de Letras. Ele dizia que FHC só entraria na ABL, no que dependesse dele, em sua vaga. Ou seja, depois que estiver morto.
Depois de assistir, ainda, algumas de suas raras entrevistas na TV, acho que posso me confessar admirador de sua imortal inteligência.
Comentando sobre a cifra que recebeu com o prêmio Camões, ele diverte: "Gostaria de lembrar que se trata de 100 mil euros. Pode parecer muito, mas não compra as dependências de empregada de um apartamento aqui pertinho na [avenida] Delfim Moreira [Leblon, zona sul do Rio]. Portanto, não posso sair por aí como quem sai do 'Big Brother' nem tampouco posar pelado, pois tenho o receio de que o mercado seria reduzido" (grifo nosso).
Na verdade, acho que nunca li uma de suas obras completa. Folheei A casa dos budas ditosos rapidamente e até gostei, mas tive que devolver logo ao dono. Tentei ler Viva o povo brasileiro, mas desisti. Achei chato como a minissérie global Sorriso de Lagarto (1991), baseada num livro dele. Gosto mesmo é de suas crônicas dominicais no jornal O GLOBO e de sua perspicaz ironia. Tantas que li dariam, talvez, mais do que meia dúzia de suas obras.
Lembro de uma dessas crônicas que eu, vestibulando, lia consultando o dicionário a cada palavra desconhecida (e foram várias), até que no final do texto deparei-me com a ironia (ou deboche, como queiram)... Ele dizia "Dicionários, dicionários: Até vocês precisam de um pouco de exercício".
Numa outra crônica memorável ele comentava sobre as intenções do então presidente Fernando Henrique Cardoso, de se tornar membro da Academia Brasileira de Letras. Ele dizia que FHC só entraria na ABL, no que dependesse dele, em sua vaga. Ou seja, depois que estiver morto.
Depois de assistir, ainda, algumas de suas raras entrevistas na TV, acho que posso me confessar admirador de sua imortal inteligência.
Comentando sobre a cifra que recebeu com o prêmio Camões, ele diverte: "Gostaria de lembrar que se trata de 100 mil euros. Pode parecer muito, mas não compra as dependências de empregada de um apartamento aqui pertinho na [avenida] Delfim Moreira [Leblon, zona sul do Rio]. Portanto, não posso sair por aí como quem sai do 'Big Brother' nem tampouco posar pelado, pois tenho o receio de que o mercado seria reduzido" (grifo nosso).
A Folha Online ainda publicou outra pérola de João Ubaldo: "Recebo dezenas de originais, centenas de e-mails, solicitações as mais diversas. Como da amiga que posa nua e quer que eu faça uma frase dizendo como ela é linda pelada [já fez, por exemplo, para 'Playboys' de Maria Zilda e Vera Fischer], achando que é fácil. E não é, tem de suar o mês todo para imaginar algo de que fulana goste e que minha mulher não desaprove" (grifo nosso). Veja aqui o texto original da Folha.
O prêmio é realmente merecido. Aplausos ao imortal!
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