terça-feira, 26 de julho de 2011

Para baixo do tapete?

Ponto de vista - 26 jul. 2011

Herança maldita, que nada


Na página 6 d'O GLOBO foi publicado o artigo "Justiça, corrupção e impunidade", do historiador Marco Antonio Villa. Destaco dois parágrafos, um do início e outro do final. O grifo é nosso.

Não há quem não fique indignado com as constantes denúncias de corrupção em todas as esferas do Executivo e do Legislativo. A cada mês ficamos horrorizados com o descaso e o desperdício de milhões de reais. Como não é possível ao cidadão acompanhar o desenrolar de um processo (e são tantos!), logo tudo cai no esquecimento e não ficamos sabendo da decisão final (isto quando o processo não é anulado e retorna à estaca zero). O denunciado sempre consegue encontrar alguma brecha legal e acaba sendo inocentado. E isto se repete a cada ano. Não há indignação que resista a tanta impunidade”.

“Há uma crise estrutural no Judiciário. Reformá-lo urgentemente é indispensável para o futuro da democracia. De nada adianta buscar explicações pífias de algum intérprete do Brasil, uma frase que funcione como um bálsamo. Ninguém aguenta mais as velhas (e ineficazes) explicações de que a culpa é da tradição ibérica, da cordialidade brasileira ou do passado escravista. Não temos nenhuma maldição do passado, algo insuperável. Não. O problema é o presente”.

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Essa sim, herança maldita

Em outro artigo da seção de opinião, intitulado "O legado da servidão", este na página 7, o advogado José Carlos Tórtima discorre sobre a herança cultural da escravidão e seu enraizamento na sociedade brasileira. Destaco o primeiro páragrafo.

“Político, advogado, diplomata, literato e militante abolicionista, Joaquim Nabuco tinha lá sua veia de cientista social. Logo após a assinatura da Lei Áurea, pondo fim à escravidão, ele vaticinou que o estigma do regime ainda perduraria por dois séculos na sociedade brasileira. Filho de senhor de engenho e monarquista, Nabuco conhecia como poucos a visão de mundo das elites da nossa terra. E a História lhe daria inteira razão. A herança cultural da escravidão, oficialmente abolida em 13 de maio de 1888, permanece ainda hoje assustadoramente viva no Brasil”.

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Para baixo do tapete?

Ontem eu dava destaque à reportagem que dizia que em nome da governabilidade, o PMDB será poupado da faxina promovida pela presidente Dilma em seus ministérios. Hoje o colunista Merval Pereira, na página 4, publicou um artigo sobre o assunto, intitulado "Faxina seletiva". Destaco dois páragrafos:

“A "faxina" que virou marca registrada da gestão da presidente Dilma não passa de uma ação reativa do Palácio do Planalto diante de denúncias da imprensa, e a única novidade é que, diferentemente do ex-presidente Lula, a presidente Dilma não passa a mão na cabeça dos acusados.

Quer dizer, não passa a mão na cabeça de acusados que não sejam de partidos políticos importantes, porque as legendas fortes continuam blindadas”.


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Não maltratem a cultura

Ontem a coluna do Ancelmo Góis, na nota “Sobrou para a cultura” anunciava que a "proposta para o Orçamento de 2012 diz que a tesoura da ministra Miriam Belchior deve cortar uns R$ 500 milhões da Cultura em relação a 2010”. Na coluna de hoje (p. 16), na nota “Sem corte”, ele publicou que a “A ministra Miriam Belchior manda avisar ao pessoa da cultura que não haverá corte na grana do MinC ano que vem, em relação a 2010”.

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