sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Carro na ciclovia; bicicleta na calçada (4)

Ponto de vista - 05 ago. 2011

A calçada é de quem, afinal?

E segue o tema "Bikes na calçada" na seção de cartas de leitores n'O GLOBO (p. 8). O grifo é nosso:

"Moro há quatro meses no Rio de Janeiro e tenho percebido uma variação da coisa normal e lógica. As calçadas são usadas por veículos, ciclistas e donos de cachorros que nem limpam as necessidades dos animais. Cadeirantes, idosos e quem precisa andar na calçada está proibido, ou seja, vire-se. Parece que as autoridades estão em ritmo de festa. Nada fazem e ficam vendo a banda passar? Por favor, srs., mexam-se!
Demito Darigoto (Rio)

Não adianta o prefeito Eduardo Paes estimular o uso da bicicleta como meio de transporte, lazer e hábito sadio. É preciso criar condições necessárias. Primeiro: regulamentar o Código Nacional de Trânsito, omisso quanto ao assunto. A rua é dos carros e a calçada é dos pedestres. Mas qual é o lugar das bicicletas? É bem verdade que motoristas, ciclistas e pedestres são indisciplinados. Segundo: é preciso reconhecer a importância do ciclismo como transporte, hábito sadio para a manutenção da saúde e como lazer, criando ciclovias e fazendo com que elas sejam respeitadas. E terceiro: que as autoridades realizem, constantemente, campanhas educativas para pedestres, motoristas e ciclistas, para que desenvolvam o respeito mútuo.
Maria Helena Dias (Rio)"


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Maus hábitos alimentares e impostos

No caderno de Opinião d'O GLOBO (p. 6), um artigo de Mark Bittman, que é um especialista em alimentos que escreve no "New York Times", intitulado "Taxe alimentos prejudiciais e subsidie os bons". Aumentar impostos de alimentos prejudiciais à saúde para desestimular o seu consumo seria algo benéfico ou causaria mais uam injustiça social? O grifo é nosso:

"O que será preciso para mudar os hábitos alimentares dos americanos? A necessidade é indiscutível uma vez que doenças cardíacas, diabetes e câncer são em grande parte causados pela Dieta Padrão Americana. (...), a indústria alimentícia parece incapaz de oferecer alimentos mais saudáveis. Sua missão não é a saúde pública, mas o lucro. (...) A "outra força" deveria ser o governo federal, em seu papel de agente do bem comum, estabelecendo um ousado padrão nacional. Em vez de subsidiar a produção de alimentos prejudiciais à saúde, deveríamos virar a mesa e criar impostos sobre refrigerantes, batatas fritas, guloseimas e aperitivos hiperprocessados. A renda resultante seria destinada a um programa que estimulasse a alimentação sadia dos americanos, ao tornar comida saudável mais barata e amplamente disponível. (...)
Simples assim: o imposto reduziria o consumo de alimentos prejudiciais e geraria bilhões de dólares por ano. O dinheiro seria usado para subsidiar a compra de alimentos como verduras, legumes, grãos, legumes desidratados e frutas. (...)
O programa, obviamente, preocuparia a indústria de alimentos. Também poderia desagradar aos que teriam que pagar mais por refrigerantes e batatas fritas e que sustentam que isso violaria seu direito de comer o que bem entendem. Mas saúde pública é responsabilidade do governo e nossa dieta está no mesmo nível de outras responsabilidades públicas, como tratamento da água e transporte de massa.
Alguns defensores dos pobres dizem que essa taxação seria injusta porque pessoas de baixa renda teriam de gastar uma percentagem maior de seu dinheiro em alimentação e teriam mais dificuldade em comprar refrigerante (...)”.


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Fosso da vergonha

Na página 31 d'O GLOBO a reportagem intitulada "Grécia constrói fosso anti-imigrante". Depois dos muros da vergonha - símbolos do capitalismo - entre EUA e México, Israel e Cisjordânia, e entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul; o mundo se depara com essa notícia do "fosso medieval" de uma Grécia em crise, tentando conter a entrada de turcos imigrantes. O grifo é nosso:

"ATENAS. A ideia parece ter sido tirada de um livro da Idade Média, mas a tecnologia usada será do século XXI. Para reforçar a segurança de sua fronteira com a Turquia — por onde entraram 90% dos imigrantes ilegais que chegaram ao país no ano passado — a Grécia anunciou ontem a conclusão da primeira etapa de uma fossa coberta de água, que terá 120 quilômetros de comprimento, 30 metros de largura e sete de profundidade. Para dificultar ainda mais a entrada das quase 250 pessoas que cruzam ilegalmente a fronteira todos os dias (...) a vala será cercada por arame farpado, câmeras térmicas e sensores de movimento. (...)

Até agora, 14 quilômetros já foram cavados, despertando críticas de organizações de direitos humanos e até da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) — sem contar setores da oposição grega, que se questionam se os gastos são realmente necessários para um país asfixiado por uma dívida de 350 bilhões. (...)

Há anos o governo grego acusa a Turquia de não empregar esforços para impedir que dezenas de milhares cruzem a fronteira anualmente em direção à Grécia. Em janeiro, o país já havia anunciado a construção de grades em 13 quilômetros da fronteira, mas teve que voltar atrás depois de ter recebido críticas da ONU e da Comissão Europeia. (...)".

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